terça-feira, 22 de agosto de 2017

Polissemia e Ambiguidade Problemática

Quando uma frase possuir mais de um sentido é importante classificar esse fenômeno, que pode ser:

Polissemia


É o duplo sentido proposital, com o objetivo de criar um humor, quebrar a expectativa, surpreender... A polissemia é recorrentemente utilizada em tiras de humor e muitas vezes se utiliza do sentido literal e do figurado de uma mesma palavra simultaneamente.

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Essa tira se apropria dos sentidos da palavra "morto", que é comumente usado em jogos de baralho para designar um monte específico de cartas,  para surpreender o leitor ao usar o "morto" literal, visto que são urubus. Como o autor se utiliza desses dois sentidos na tira propositalmente há uma polissemia.

Ambiguidade Problemática


Como o próprio nome diz, essa cria problemas e, portanto, é acidental. Normalmente vem devido a uma palavra mal colocada na frase, que termina se referindo a mais de uma, de modo a desfavorecer um resultado objetivo na transmissão de ideias.

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Nessa placa pode se entender tanto o que realmente quer se dizer, duas pessoas não devem comer usando o mesmo  prato, mas também é possível entender que, se você quiser literalmente comer duas pessoas, que não use o mesmo prato. 
Para evitar esses deslizes é necessário reformular a frase, de maneira que pessoas não estejam relacionadas a algo que será comido. "Não é permitido que duas pessoas comam no mesmo prato" resolveria o problema.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

DNA e RNA

Tanto o DNA quanto o RNA são ácidos nucleicos e são heteropolímeros de nucleotídeos, ou seja, diversos nucleotídeos diferentes que ligados entre si formam longos filamentos. Os nucleotídeos são formados por 3 "estruturas": o grupo fosfato; pentose; base nitrogenada.
Grupo fosfato: Um fósforo ligado a quatro oxigênios. Responsável pela acidez da molécula.
Pentose: Há de dois tipos nos ácidos nucleicos: ribose (C5H10O5) e desoxirribose (C5H10O4). São esses compostos que determinam e dão nome a seu ácido nucleico (ácido ribonucleico, de ribose, e ácido desoxirribonucleico, de desoxirribose). O seu nome expõe expõe algumas de suas características, como número de carbonos (5 de pentose) e um oxigênio a menos em desoxirribose.
Bases nitrogenadas: São estruturas com forma de anel que contém nitrogênio. Podem ser púricas (2 anéis) ou pirimídicas (1 anel). Existem 5 delas: 
É assim que as estruturas se encaixam (figurativamente). As bases grifadas são exclusivas de cada ácido nucleico. As substâncias púricas são Adenina e Guanina, e as demais são pirimídicas.

 DNA


É uma hélice dupla fita, com ligações de hidrogênio entre bases púricas  e pirimídicas. Como cada base púrica só pode ser conectada com outra pirimídica há duas possíveis combinações no DNA: Adenina com timina e Citosina com Guanina. Essas ligações se denominam pareamento específico ou complementar (já que as púricas complementam as pirimídicas).


P=grupo fosfato, D=desoxirribose e C,G,A,T as bases nitrogenadas. Como a imagem mostra, a ligação A-T é dupla e a G-C tripla.
Se não conseguir lembrar qual liga com qual, pense T-A como Thaís Araujo e G-C como Gosta de Carne.
Algumas observações:

  • As fitas correm em sentidos contrários (antiparalelismo);
  • É estável;
  • Apresenta capacidade de replicação;
  • Diferença observada entre os seres vivos se dá devido a organização dos nucleotídeos;
  • Caráter informacional;
  • Hereditário;



  •  Sua estrutura pode ser compara a de uma escada espiral, onde o grupo açúcar-fosfato seria como um corrimão por estar voltado para fora e as bases nitrogenadas como os degraus (voltados para dentro).

    • Estrutura que lembra uma escada

    Duplicação do DNA


    Ocorre sempre que a célula vai se dividir, já que ela não pode ficar sem o material genético.
    Sua duplicação ocorre da seguinte maneira: a dupla hélice de DNA é separada, criando 2 fitas de nucleotídeos. Uma enzima lê a nova fita e cria uma nova por um processo bem simples: ao observar na fita antiga uma Timina coloca uma Adenina na nova fita, ao ver uma Guanina coloca uma Citosina, pois cada nucleotídeo só pode ser completo por outro específico. São criadas então duas fitas iguais num processo semi-conservativo, pois só usa uma das fitas.
    Todos esses processos são feitos por enzimas. As principais são: 
    -Helicase: Rompe as ligações de hidrogênio
    -Girase: Distorce as fitas para que elas fiquem retilíneas
    -DNA polimerase: lê a fita molde e cria uma nova através da inserção de nucleotídeos.

    OBS.: A fidelidade da nova fita é garantida pelo emparelhamento específico das bases, porém o DNA polimerase pode criar uma fita com alguma(s) base(s) diferente(s). Nesse caso há um sistema de reparo, que pode não funcionar, ocasionando uma mutação e promovendo variabilidade genética. 

    A duplicação garante a ocorrência da divisão celular e, portanto, a reprodução dos organismos, crescimento e regeneração.

    RNA


    Ao contrário do DNA, o RNA é uma única fita simples. Apresenta a Uracila invés de timina. É instável. Participa de todo o fluxo da informação genética.
    O RNA é formado a partir da transcrição de uma das fitas do DNA. Nesse processo, o RNA polimerase lê a fita de DNA e coloca as bases que iriam parear. Ao contrário da replicação do DNA, é posto Uracila e não Timina.
    Ex.: Se temos a sequência de bases do DNA como TAC CCA TTG... ao transcrever ficaria
                                                                                      AUG GGU AAC....

    Existem 3 tipos  de RNA: o mensageiro, o transportador e o ribossomal. O objetivo deles é fazer a síntese proteica. 

    Mensageiro - RNAm

    Molécula linear que contém informação para a síntese de uma ou mais proteínas. Ele é lido no ribossomo a cada 3 nucleotídeos (códon ou trinca) e a cada trio é inserido um aminoácido na proteína em formação. Como existem 4 bases nitrogenadas e cada códon é formado por três há 64 códons diferentes (4x4x4). Vale ressaltar que se a ordem for alterada se têm um códon diferente. De todos os 64 apenas 4 são essenciais lembrar: 
    AUG: é o códon inicial de todo RNAm. Insere a metionina como aminoácido inicial.

    UAG; UGA e UAA - códons de finalização. Sinalizam que a proteína está pronta e não inserem nenhum aminoácido nela.

    A relação entre cada códon e o aminoácido posto é universal e é chamado de código genético. Ah, código genético é o tipo de aminoácido que cada códon determina, o que não é o mesmo que mensagem ou informação genética que é a sequência de nucleotídeos presente no DNA e é individual.

    TRANSPORTADOR - RNAt


    É constituído por uma cadeia de nucleotídeos dobrada sobre si mesma, com forma de um trevo. Ele transporta os aminoácidos até o ribossomo, e com a ajuda do RNAm cria a molécula. Essa molécula possui uma trinca em uma extremidade chamada de anticódon. Esse anticódon deve sempre ser pareável a um códon do RNAm para que o aminoácido seja depositado. 

    Ex.: O RNAm é formado pelas seguintes bases AUG GCA ACG UAA. Nesse caso o RNAt tem o dever de colocar o aminoácido correspondente a cada códon do mensageiro. Então no início um RNAt com anticódon que complemente AUG: UAC. Para o segundo trio o anticódon deve ser CGU e assim por diante. Cada um desses RNAt que se conectaram ao RNAm trazem um aminoácido (menos os de finalização) formando a proteína.
    OBS.: Como há apenas 20 aminoácidos para 64 códons, haverá códons que transmitem a mesma mensagem que outros, ordenam que ponha o mesmo aminoácido. Devido a isso o código genético é chamado de código redundante ou degenerado. Essa redundância pode ser boa, pois mesmo que o DNA transcrito esteja com um erro e crie portanto um RNAm com algum códon modificado ele pode ordenar que seja posto o mesmo aminoácido que deveria ser posto se o DNA estivesse bom. Ou então a proteína pode sair errada.
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    quarta-feira, 12 de julho de 2017

    Elementos da comunicação e funções da linguagem

    Para entender as funções da linguagem é necessário compreender os elementos da comunicação. Estes são os componentes básicos presentes em toda comunicação. Eles são:
    - O emissor/locutor: quem diz
    - O receptor/interlocutor: com quem se fala
    -  Mensagem: o que se diz
    - Canal: por que meio se diz
    - Código: como se diz
    - Contexto/referente: sobre o quê se diz.

    Quando um texto prioriza alguma dos elementos citados, ele tem uma certa função, portanto, há 6 funções da linguagem. Essas são:

    - Função Emotiva: foco no emissor. Há registro de emoções e sentimentos pessoais. Um diário exemplifica essa função

    - Função apelativa/conativa: O objetivo é atingir o interlocutor, portanto, é centrada na primeira pessoa. Os anúncios exemplificam essa função.

    - Função Poética: quando o foco é a mensagem tem- se uma função poética. Em textos desse tipo é comum o uso de uma linguagem subjetiva. Exemplo: poesia.

    - Função Fática: foco no canal. Há uma verificação do funcionamento do canal. Uma dica é verificar a existência de frases para mostrar para incentivar a continuação do diálogo, que está prestando atenção ou não, como "sim, sim" ou "hmm". Quando atendemos uma chamada e utilizamos a expressão "oi" para ver se a outra pessoa está recebendo a mensagem estamos utilizando o canal.

    - Função Metalinguística: Foco no próprio código utilizado para falar. Por exemplo, um filme que diz como se faz um filme traz essa função, ou ainda um dicionário que por palavras explica palavras.

    - Função Referencial: Vem para trazer informações, logo, tem uma linguagem objetiva e precisa. Os jornais e bulas de remédio se apropriam disso.