quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Idade Média no Ocidente

A Idade Média começou em 476, com a queda de um grande império, o Império romano. Quando o Império romano do ocidente (tem o  do Oriente também) caiu por causa das crises e ataques dos povos germânicos, os germânicos começaram a se organizar em pequenas comunidades, onde praticavam agricultura e pastoreio. Com o tempo, as comunidades formaram diversos reinos, que conservaram a estrutura política do governo romano, os reis comandam o exército, organizam a divisão de terras e eram os principais beneficiados nas guerras territoriais. Um reino que podemos destacar é o Reino Franco.

O Reino Franco

Os francos ocuparam a antiga Gália, onde hoje se localiza a França. Clóvis, o primeiro rei do reino, foi um rei que merece destaque. Ele derrotou povos invasores e conquistou territórios, ampliando as fronteiras do reino. Percebendo a importância da Igreja Católica, cujo número de fiéis crescia com a conversão dos germânicos, Clóvis estabeleceu aliança entre o governo e a igreja, tornou -se católico e doou terras  do reino para bispos e Papas. A aliança entre o governo e a igreja ajudou na expansão da religião.
Após a morte de Clóvis, os seus sucessores mostraram interesse em aproveitar os privilégios da realeza, deixando a tarefa de governar para seus auxiliares, os mordomos do palácio. Um deles, Carlos Martel, comandou o exército franco na luta contra os árabes e mais tarde, seu filho foi coroado rei dos francos. No entanto o reino só se fortaleceu mais tarde, durante o governo de Carlos Magno, Neto de Martel.
Sob o Império de Carlos Magno, o exército franco realizou conquistas territoriais e expandiu fronteiras do reino, formando um novo império, o Império Carolíngio.

Império Carolíngio
                              Está em espanhol, mas dá para entender.


Durante o governo de Carlos Magno, ele se converteu ao catolicismo e impôs a religião aos povos que habitavam a religião. Ele criou moedas, organizou leis e nomeou parentes para executar ordens e fiscais, com a função de auxiliá- lo na administração do território. A fim de tratar melhor o governo do império, ele dividiu o império em regiões, denominadas marcas, os condados (governados por condes) e ducados (governados por duques). Carlos Magno manteve o costume de doar terras para recompensar trabalhos, porém isso começou a criar problemas, pois os marqueses (condes e duques) passaram a reivindicar independência de seus territórios em relação ao governo central.
Depois da morte de Carlos Magno, seu filho Luís herdou o Império. Porém, no final do seu governo, os seus filhos disputaram o Império entre si. Para evitar confronto, eles fizeram o "Tratado de Verdun", que estabeleceu divisão do império entre eles.  A região da atual França ficou com Carlos: o Calvo; a região da atual Alemanha para Luís, o Germânico; e a uma parte da atual Itália e a parte entre os reinos dos irmãos ficou para Lotário (o Google tá dizendo que Lótario tá escrito errado, e que o certo é otário,kkkk.).

Essa divisão deu fim ao Império. Nos séculos IX e X, os reinos formados pelo tratado foram ocupados por vikings e magiares. Seguiu -se um período de guerras e saques e destruição de algumas cidades. Parte da população urbana foi para o campo em busca de trabalho e proteção nas grandes propriedades.


Sistema Feudal

Antes de falar do sistema, vou falar qual eram as classes sociais, para entenderem melhor.
Na Idade Média, a sociedade era divida em três grupos sociais, os camponeses, nobres, e o clero. Nas sociedades europeias durante a Idade Média, a questão de classe social era muito rigorosa, e se você nascia camponês iria morrer camponês. Se você nascesse nobre morreria nobre. Só havia um jeito de mudar a sua classe, indo para o clero ou se um nobre o "promovesse", o que era raro. Porém se um camponês fosse ao clero irá entrar ao baixo clero, que não pode exercer cargos muito poderosos como o do Papa, mas se um nobre fosse ao clero, entraria ao alto clero, e poderia ter cargos muito importantes. O que quer dizer que nessa sociedade, até isso era injusto.
Os camponeses podiam ser de duas "classes": servos ou vilões. Os vilões são os que ficam na vila, geralmente sem trabalho. Já os servos são os camponeses que fizeram o contrato de servidão, e são obrigados a trabalhar em uma terra à um senhor feudal até sua morte e seguir muitas obrigações, nas quais falaremos depois.
Já a nobreza ( que é formado pelo rei, a nobreza, por senhores feudais e cavaleiros) e o clero, poderiam fazer outro contrato, o contrato de vassalagem. Nesse contrato, alguém doa uma parte de seus feudos (terras, geralmente) e se torna suserano, já quem recebe se torna vassalo. Os suseranos ficam com dever de ajudar o vassalo a proteger o feudo e hospedá- lo no castelo quando estiver em seu feudo. Já o vassalo, deveria administrar o feudo recebido e defendê- lo, bem como prestar auxílio militar ao suserano em caso de guerra. Se o suserano fosse feito prisioneiro, o vassalo deveria pagar resgate. Se o vassalo não fizesse uma de suas obrigações, o suserano poderia tomar o feudo doado. 
O contrato de vassalagem, no início estava dando certo, pois o rei tinha muitos vassalos, porém, depois de um tempo, os vassalos do rei passaram a doar terras a outras pessoas, e se tornaram suseranos. O rei, porém, não tinha obrigação alguma com o vassalo do seu vassalo, fato que diminuiu o seu poder.
O trabalho dos servos

Ao fazer o contrato de servidão, o senhor feudal é obrigado a dar um pedaço de sua terra ao servo e garanti-lhe proteção. Porém esses senhores não eram tão bonzinhos, e os servos tinham que dar muito em troca.
Os servos, tem que morar na terra ganha até a sua morte, e não ganham salário, apenas PARTE do que produziram na sua terra. A produção era pequena e eles tinham que plantar o necessário para sua subsistência. Os servos devem seguir muitas normas e leis, entre elas está a talha, que consiste em pagar parte do que produziam ao senhor feudal; a banalidade (que consiste em quando o servo usar alguma coisa do senhor feudal, os servos devem pagá- lo mais produtos); a corveia (que consiste no trabalho em áreas cuja produção vai exclusivamente ao senhor feudal e a manutenção e conserto da ponte, celeireiro...), entre outras obrigações.
Na Idade Média, por tanto, o comércio era pouco, já que os feudos só produziam o necessário para sua subsistência, apenas necessitando de coisas que não eram produzidos normalmente no feudo, como o sal e o azeite.

O clero medieval


Durante a Idade Média, o grupo social de maior prestígio era o clero. Desde o Império Romano, o Cristianismo se tornou a principal religião da Europa, ampliando pouco a pouco, a influência social e política do clero católico. O clero era a única classe social que aprendia a ler e escrever, e na sociedade tinha muita importância, além da parte religiosa, por copiar livros antigos.
Em troca do apoio do papa e da benção de Deus, a igreja recebia terras de nobres em diferentes reinos,garantindo controle sobre muitos feudos, e já que o servo só sai da "sua" terra ao morrer, eles também ganhavam poder sobre os servos que estavam nos feudos.
  O clero também ganhava o dízimo de todos os nobres e camponeses, que é 10% do que foi produzido. O dízimo também é recolhido até hoje da maioria das católicos.
O clero recolhia de todos os cristãos o dízimo, que consistia aos fiéis darem um décimo do que produziram ao clero. Movidos pela fé, esses cristãos acreditavam que Deus recompensaria as doações.
"O clero é o que ora pelos que trabalham e que guerreiam, os que guerreiam lutam pelos que trabalham e pelos que oram e os que trabalham, trabalham pelos que lutam e pelos que oram".


Minha pequena conclusão sobre como seria a vida de um servo na época

Eu, com certeza, não gostaria de ser um servo, já pensou. Eu teria que produzir tudo para a minha existência, dar um décimo do que eu produzi ao clero, outra parte do que eu produzir ao senhor feudal (que às vezes, chegava até à 50% do que foi produzido!), e ainda mais do que eu produzir para usar o moinho e assar o meu pão! Eu me daria mal, afinal, não existia agrotóxicos, ou seja, menos um pouco da produção por causa das pragas. Não sobraria quase nada para um servo comer!
Cálculo de quanto da produção sobraria (é só uma suposição, os valores podem mudar):
Seria 100% no início, menos 10% (dizimo), menos 40% (para dar ao senhor feudal), menos 3% (por usar coisas do senhor feudal) e menos 7% por causa das pragas = 40% é o que sobra. Seria necessário produzir muito, porque dar 60% e sobreviver é barril.

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Se vocês fossem um camponês na Idade Média, o que fariam? Virariam servos ou entrariam ao clero? Botem nos comentários.

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